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quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O CRIADOR E A CRIATURA


Ledo-ivo Gomes de Oliveira: "Das Barrancas do Rio São Francisco à Paris..."




Por : Pettersen Filho



Nascido no Sertão, filho da Caatinga, Ledo-ivo cresceu escutando, nas noites de serão, à luz de candeeiro, as Fabulosas Estórias de Lobisomem, Curupira, Cangaceiros, Almas Penadas e outras fantasias.
Adolescente, na conturbação das cidades de Juazeiro e Petrolina , em meio ao Rio São Francisco e ao Sertão brasileiro, na apaixonante Fronteira entre os Estados da Bahia e de Pernambuco, incomumente, foi leitor apaixonado de livros de Filosofia Mitologia Grega e Grandes Epopéias, tais como, “A Ilíada” e “Odisséia”, “Divina Comedia”, além das“Mil e uma Noites” e outros, atípicos à sua Realidade Nordestina.
Interessou-se, logo cedo, por Artes Plásticas.
Modelou no barro e esculpiu na madeira diversas estatuetas, inspiradas nas estórias imaginarias do Vale do São Francisco.
Membro ativo de um grupo de teatro amador, atuou, escreveu e dirigiu vários espetáculos teatrais, a sua vocação mais contemporânea, dentre os quais a peça de teatro “O BORDEL”, de conotação político anarquista, que foi interditada e censurada, 1980, logo apos as primeiras encenações.
Seguindo a canção, tomou um “ Ita ”, no Norte e veio pro Rio de Janeiro,morar, aliás, trajetória tão comum a outros Nordestinos , alguns dos quais menos ilustres, que vêm precipitar-se sobre os grandes edifícios, na construção civil e no Rio de Janeiro.
Efêmero estudante de Engenharia Civil, ( 1978-1979 ), deambulou pelo Litoral Fluminense, atuando, vez aqui, vez lá, em grupos de teatro, escrevendo contos e poesias, sem publicação.
Trabalhou e modelou artesanatos diversos, até que, em 1982 , “ desabusado ” pela Metrópole Carioca, e, aproveitando uma oportunidade, como quem, desafia, inexorável, o “ Velho Rio São Francisco ”, quem o viu nascer, resolveu mudar o curso do seu destino, e embarcou num Cargueiro do Sul e foi para o Norte, morar, respirando, assim, ares europeus em, originalmente improvável, Solo Francês.
Na França, desde então, atuou no teatro , aprendeu a Fundição do Bronze de Arte, Modelagem e Moldes com Gesso, e Restauração de Monumentos Arquitetônicos.
Estudante Autodidata, nas bibliotecas e ateliês da vida , ele, continuou seus estudos de Historia, Historia da Arte (Antiga e Contemporânea), Sociologia, Geopolítica, Semiologia, Filosofia e Comunicação, lapidando assim seu “ Formão da Vida ”, com que, liturgicamente, entalha e esculpi, como um Michelangelo à Davi: “ Parla !!!”
Desde 1998 exerce, exclusivamente, a atividade de Escultor, tanto no Brasil, como na França. Sua área de atuação preferencial é a Escultura Publica , mais propicia, segundo seu entender, “ ...à Verdadeira Expressão desta Arte, cuja relação primordial é com a própria Arquitetura e, essencialmente, com o Urbanismo, denotando assim, em meio a Brutal interferência do Homem com o Meio-ambiente, a sua Origem Espiritual, funcionando a sua Obra como uma espécie de Marco-humanizador, a reportar a esse mesmo Homem o seu próprio Significado Existencial e às suas Origens.”
Na intenção que realiza, Ledo - ivo dá “ Corpo e Alma ” às Estórias, Contos e Lendas Locais, que, enfim, tanto influenciaram a sua Infância, fazendo surgir nas Praças Públicas e Logradouros da Cidade, através da Cultura Local , a verdadeira Universalidade das Crenças Imaginarias Humanas , como é o caso do “ Nego d'agua” , uma das suas mais proeminentes Obras, no Seio do Rio São Francisco, além do “ Projeto de Mãe d'agua” e do “ Tatu ”, em São Raimundo Nonato /PI - Serra da Capivara, algumas de suas Obras mais representativas.
Irreverente , sacudido do Mundo Rural para o Mundo Urbano , do Sertão para o Sudeste do Brasil, e depois para a França , e vice-versa, Ledo-ivo se posiciona, enfim, segundo suas próprias, e brincalhonas palavras, como uma espécie de:“ Traficante da Cultura” , acrescentando: “ Minhas Obras Pessoais são Esculturas Criticas ”
Complementa, ainda: “ Elas se insurgem contra as Promessas Idealizantes, que anestesiam a Sociedade Tradicional. A Injustiça, por exemplo: Um Ícone-negativo, como Símbolo do próprio Poder Judiciário, em um País de tantas contradições e desatinos.” .
“ Contraponto de uma “Realidade Cabeçuda”, e cotidiana da vida socioeconômica e jurídica brasileira...” , assevera ele, “ ...e por que não dizer, também, Francesa, em menor medida, bem as Portas do Louvre, diante do ideal, quase, inatingível de “Igualdade e Justiça”, apregoados pela Revolução de 1789 - Francesa””
Cita, ainda, como melhores expressões da sua Inquietude , moldada e re-moldada nas Obras que funde o “ Urubu ”( ainda em realização), proposta de “Emblema Real” para o Movimento Ecológico Mundial , para ele: “ ...o verdadeiro “Ator da Reciclagem”, tão urgente e necessário num Mundo Globalizado, e numa Terra já Esgotada pela fadiga e pelo desperdiço...”
Ademais, na sua Obra, que transborda o “ Caráter Político ”, não o sentido pejorativo, e deturpado, da palavra: Político Partidário , mas o “ Existencialista ”, desdenha em “ Democracia Racial ” , sua Obra mais atual, na forma de Desenho e Maquete , onde retrata uma “ Madona Negra ”, assentada, com “Duas Crianças Brancas” no colo e uma “Criança Preta” no chão, informa: “ Reflexo mais realista da Democracia Racial”, em que o Escultor se exprime, na Forma de Escultura , tanto cantada em Prosa, pelo Celebre Sociólogo, Gilberto Freire, mas, tão somente, verdadeiramente repercutida pela tal “ Midia. Idealizante e Cega” , que tanto renega

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